domingo, 17 de julho de 2011

UM GRANDE SEGREDO

Numa prosa com um amigo publicitário sobre as boas e más experiências do mundo comercial me veio uma pérola dessas que não resisto em transmitir aos leitores. Vou apenas omitir quanto aos nomes dos personagens para evitar constrangimentos. Meu amigo dizia ter um serviço para receber de um prefeito, mas, que não demonstrava o mínimo de boa vontade em quitar o débito. A cada ligação telefônica o cheiro de calote ficava mais forte. Idas ao Gabinete já estavam suspensas, pois, meu amigo, bastante ocupado já tinha perdido muitas preciosas horas sem resolver o problema.
Certo dia ele acordou disposto a uma solução. Tomou um café desses que te deixa aprumado até o almoço e, 7h40m, estava no Gabinete. Quando abriu a Prefeitura ele já se dirigiu ao sofá (sabia perfeitamente de seu destino!) e varreu com as mãos todos os jornais, revistas e panfletos publicitários que se encontrava por perto. Começou a ler dizendo para a secretária que desejava falar com o prefeito, sem se incomodar com sua resposta.
- Hoje eu estou com tempo de sobra”, resmungou.
O tempo foi passando. Lá pelas 10h percebeu que o almoço estava comprometido e se aproveitou de um desses piolhos de Prefeitura, que apesar de não ser funcionário ficam por ali, cumprimentando um e outro, para lhe comprar um lanche.
Duas da tarde meu amigo já tinha lido tudo: jornais do dia, da semana, do mês, revistas de um ano atrás como também já sabia de todas as promoções do comércio na cidade, mas, ainda não tinha recebido qualquer sinal positivo sobre seu encontro com o Prefeito. Ele me fez lembrar até do saudoso Parajara dos Santos (in memorian) jornalista de Governador Valadares(Minas), que, quando estávamos mergulhados num plano para salvar um jornal de uma crise comercial nos disse que “em escritórios onde temos que esperar por alguém a gente lê até bula de remédio”. E meu amigo não encontrava mais nem bula de remédio pra ler!!!
A situação já começava a complicar...Outro piolho lhe aparece e surge a oportunidade para mais um lanche assegurar o funcionamento do físico até o final do dia. Começou a reler tudo o que já tinha lido, mas, já às 16h, nada do Prefeito. Levantou-se um pouco para colocar o corpo a prumo e, ao espichar bem a cabeça, avistou na estante uma Bíblia Sagrada.
- Haaaaá.....agoooora......eu tenho o que ler até amanhã. O Prefeito pode demorar mais outro tanto que eu aguento esperar....No cansaço esse prefeito não haverá de me vencer”, pensou meu amigo que nem muito habituado à Bíblia era, mas naquele momento Ela tornou-se o mais precioso livro para ele. E, curiosamente, a preciosidade do Sagrado Livro ficou para sempre na sua vida, pois, ainda na segunda página foi convidado pela secretária a ir falar com o prefeito.

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